Evento ProXXIma
NOVEMBRO 2021
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Marcelo Reis, Co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Made, e Filipe Bartholomeu, sócio e CEO da AlmapBBDO, refutam rótulos e afirmam que o trabalho da agência é entregar valor ao cliente
Thaís Monteiro
28 de outubro de 2020 - 19h25
Em um mercado já muito acostumado com denominações para classificar cada modelo de agências, aquelas consideradas tradicionais, como a Leo Burnett Tailor Made e AlmapBBDO, questionam o rótulo reforçando a qualidade de seus trabalhos e demostrando as diversas formas como se adaptam às necessidades do cliente cada vez mais em transformação. Presentes no ProXXIma 2020, Marcelo Reis, Co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Made, e Filipe Bartholomeu, sócio e CEO da AlmapBBDO, comentaram suas percepções sobre o assunto.
(Crédito: Gustavo Scatena/Imagem Paulista)
Filipe Bartholomeu, da AlmapBBDO, colocou que se o tradicional for traduzido como a origem das agências, que foram criadas para construir valor para os clientes, neste sentido a AlmapBBDO pode ser considerada tradicional. “Eu acredito que definirmos qualquer pessoa com rótulo é complexo, especialmente esse ano. Se havia alguma dúvida que as pessoas pudessem se transformar, 2020 veio para sepultar essa questão. Também não acredito muito nesse binarismo. A única coisa binária hoje é bom e ruim, então temos que analisar o que é trabalho bom ou ruim”, refletiu.
Já Marcelo Reis acredita que o modo de classificação conforme modelo de negócio e remuneração é um raciocínio do passado levando em consideração que hoje as agências devem se adaptar constantemente às necessidades dos clientes. Ele também cita a mudança na liderança das empresas como um momento de transformação da indústria. ” Tem processo porque tem partes burocráticas. Não somos artistas, nos moldamos para o cliente. A Leo é uma agência que se arrisca e desenha diferente para cada cliente porque eles tem diferentes estratégias”, colocou.
Na seara da adaptação para servir aos clientes, os executivos mencionaram que a pandemia foi um divisor de águas nessa relação, já que ambas as partes começaram a trocar mais a fim de propor novas soluções e criaram uma intimidade até então desconhecida. “O grande talento que nós publicitários temos é conseguir entrar no sapato do cliente e saber o que ele precisa. A agência não tem que ter cara, tem que ser a cara do cliente. Reinventar o trampo dele. O nosso trabalho é gostar de problema”, disse Reis.
Na liderança das equipes, ambos ressaltaram a importância que atribuem ao cuidado com os colaboradores — principalmente nesse período de esgotamento — para, depois, se preocuparem com a criatividade e incentivar a capacidade de transformação em todos os funcionários. Os C-Level consideram as pessoas o asset principal do negócio. “Acho que o grande KPI para saber se estamos indo no lugar certo é a capacidade de atrair e reter talentos. O segundo aspecto é a cultura da criatividade ampla e em tudo”, declarou Bartholomeu.
Assim como a discussão sobre agências tradicionais e disruptivas, o debate dos dados como limitante da criatividade também é ultrapassado pois o dado, na perspectiva dos representantes, já é uma realidade e commodity e sem a agência para fazer uma tradução dessas informações, não há inteligência e criatividade.
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