Evento ProXXIma
01 E 02 DE JUNHO DE 2022 | WTC SÃO PAULO - SP
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Camila Costa, sócia e CEO da ID\TBWA, e Miriam Shirley, CEO da Sapient AG2, contam como as agências têm se adaptado a lei de dados
Thaís Monteiro
27 de outubro de 2020 - 17h57
Agora em vigor no Brasil, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) impôs uma mudança que vai deixar marcas profundas sobre a relação consumidor e anunciante. As transformações incluem, inclusive, as agências digitais, que já tem uma maior facilidade para atender as constantes mudanças do meio. Camila Costa, sócia e CEO da ID\TBWA, e Miriam Shirley, CEO da Sapient AG2, debateram o assunto no segundo dia do ProXXIma 2020.
Agências e clientes devem educar seus consumidores sobre os dados, dizem executivas (Crédito: Gustavo Scatena/Imagem Paulista)
Na perspectiva das executivas, os dados não são um problema, e sim representam oportunidades de um maior estreitamento da relação de oferta e demanda entre consumidores e negócios. “Eu não tenho problema em compartilhar os dados desde que tenha relevância na jornada entre marca e consumidor e o cliente vá me entregar o valor”, afirmou Shirley. Para ela, é necessário relativizar o medo dos dados. Ainda que as redes sociais tenham esse lado retratado como ruim por notícias ou documentários como O Dilema das Redes (2020), elas também são potencializadoras de movimentos sociais e conecta pessoas.
No entanto, aponta Costa, com a LGPD, os clientes ganharam uma leva de consumidores desesperados sobre o compartilhamento e uso de seus dados e as taxas de rejeição cresceram. Para ela, todos os players dessa cadeia, incluindo plataformas, devem olhar para essa nova relação que tem se configurado e proponham soluções educacionais para que os clientes entendam do que se trata e voltem a confiar suas informações.
“Com os clientes mais desenvolvidos fazendo esse movimento, clientes menores podem entrar nessa adaptação também e isso mobilizará toda a cadeia. Poucas empresas estão 100% prontas, mas há sim um movimento de discussão e adaptações, com comitês, inclusive”, disse Camila.
Para as agências, a LGPD impacta na escolha de plataformas parceiras mais seguros e que provenham dados efetivos e na forma como as próprias agências armazenam e garantem a seguranças dos dados dos clientes e dos consumidores desse cliente. “Acho que vai ter uma seleção natural de agências e profissionais para o ano que vem. Os clientes também vão ter que entender que o que eles vão usar de dados vai afetar na performance”, adiantou a executiva da ID\TBWA.
Para Shirley, o principal atributo a ser trabalhado na relação agências e clientes e na relação clientes e marca é a confiança e a quebra dessa confiança pode afetar todo o setor. “Quando você tem confiança em mim, temos um relacionamento que foi construído. Quando acontece uma falha, a quebra desse relacionamento é muito mais rápida. E para você reestabelecer essa confiança é bem mais difícil. Aí você começa a se perguntar onde estão seus dados e quem está usando e vai aplicar esses questionamento para as demais marcas”, explicou.
Para as CEOs, os clientes e agências devem trabalhar nessa nova comunicação sobre os dados e reestabelecer novas relações de confiança e, assim, novos bancos de dados efetivos.
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